Entrevista com Agricio Crespo, presidente da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia

Entrevista com Agricio Crespo, Presidente da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologista (ABORL-CCF), publicada na revista ProTeste Saúde.

Na entrevista ele fala um pouco sobre perda auditiva, dispositivos reprodutores de mídia e da falta de orientação e falta de cuidado dos fabricantes junto a estes produtos.

 

A perda de audição pode ser reversível? Em que casos isso acontece?

A perda auditiva secundária, provocada por rolhas de cera, inflamações, infecções e doenças que podem ser tratadas cirurgicamente são reversíveis. Mas as perdas induzidas pela exposição prolongada ao ruído excessivo, meningite, traumatismo craniano e drogas ototóxicas (que alteram o funcionamento da audição) não o são.

Qual a taxa de pessoas com problemas auditivos no Brasil?

Cerca de 10% da população tem algum grau de perda auditiva. Não há estudos que determinem a prevalência de problemas relacionados aos dispositivos reprodutores de mídia, mas acredita-se que eles talvez estejam produzindo uma legião de deficientes auditivos, em decorrência da exposição prolongada aos sons de alta intensidade.

Existe algum cuidado dos fabricantes com a saúde do consumidos?

Desconheço qualquer tipo de orientação dos fabricantes nesse sentido.

Quais medidas poderiam ser tomadas pelos fabricantes para minimizar os riscos a saúde?

Entre outros aspectos, limitar a potência desses aparelhos e incluir avisos de que a exposição prolongada a sons intensos pode causar perda irreversível da audição e que esses efeitos são cumulativos.

Créditos da imagem: Hospital das Clínicas da Unicamp

Sem Comentários

Deixe um Comentário

Mensagem